sábado, 26 de fevereiro de 2011

Carta aberta aos educadores

Não votei no Francisco Everardo Oliveira Silva, o artista e humorista de profissão mais conhecido como Tiririca, e muito menos apoio o partido dele, o Partido da República.

No entanto, uma vez eleito deputado é legítimo representante do povo, de fato, representante de 1,3 milhão de brasileiros que o queriam no Congresso.

Pelo que tudo indica, Tiririca é uma pessoa pouco culta, com falhas na sua educação e, aos 46 anos, suspeita-se de ser analfabeto. Mas não podemos julgar sua capacidade mental, uma pessoa do mundo artístico de grande sucesso que saiu do Ceará para fazer fama nos canais da TV brasileira em São Paulo.

No entanto, os jornalões de São Paulo e do Rio de Janeiro, ao invés de apenas denunciar a manobra do PR dentro de regras políticas escusas, preferem atacar a imagem dele usando preconceitos e chavões.

Não li até agora uma entrevista respeitosa com o deputado e no entanto ele sempre está nas manchetes dos jornais.

Quando errou na votação do mínimo foi parar na capa. Atribui-se (indiretamente) o erro à sua ignorância, mas todos esqueceram que em 1998 o cultíssimo Antônio Kandir, professor de economia da PUC-SP, ex-presidente do Ipea e ex-ministro que deu nome a uma lei também votou errado causando maiores danos ao governo da época do que o Tiririca na votação do mínimo.

Agora querem desqualificar a nomeação do artista para titular da Comissão de Educação E CULTURA. O Estadão chamou educadores para a atacar o deputado, representantes dos paulistas. Segundo a matéria, Mozart Neves Ramos, educador da ONG Todos Pela Educação, destilou preconceito lamentando a decisão. Maria Márcia Malavasi, professora de pedagogia da Unicamp foi um pouco mais amena no ataque.

Felizmente, parece que Estadão só conseguiu dois arautos da torre de marfim para desqualificar Tiririca, pois o resto da matéria discorre sobre o suposto analfabetismo do deputado.