Portas de SP

São Paulo é feito de portas. Portas para entrar e portas para sair. A ideia deste título surgiu de uma adimiração das portas de grandes edifícios no centro da cidade que contam não só a história da arquitetura - com uma grande amostragem de Art Decô - mas também a história social e política da maior cidade da América do Sul.

No entanto, nunca houve tão pouco interesse pela nossa cidade além das tragédias do cotidiano mostrado pelos jornais, rádios e canas de TV. 

Encontrei este espaço para discutir a cidade, seus costumes, sua história e política. Fiquem aqui para me acompanhar nesta jornada.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
11 de setembro de 2011


Temos hoje a possibilidade de ter um candidato verde para a cidade de São Paulo nas eleições de 2012. A notícia da oficialização da formação do PSD de Kassab  traz junto a especulação sobre o sucessor do atual prefeito que não sabe se é de direita, centro ou esquerda e que não sai do muro em relação ao governo federal e os tucanos. 

Eduardo Jorge seria um dos nomes para defender o 'legado' de Kassab. Coisa complicada, mas isso é política. Kassab foi eleito pela direita conservadora de São Paulo para bloquear a eleição de Marta Suplicy e manter a esquerda longe do poder. Mas seu legado é pouco claro. Removeu a poluição visual, mas também 'limpou' o centro fechando vagas nos albergues. Faz campanha para respeitar pedestres, mas nada faz para melhorar as condições de pedestres e em sua gestão a morte de ciclistas na cidade tem aumentado. Vendeu créditos de carbono do biogás capturado em dois aterros, mas reduziu a varrição e deixou a cidade suja sem programas de coleta seletiva ou reciclagem. Aparelhou a guarda municipal para combater pirataria e camelôs ilegais na rua, mas deixou abrir sua administração para negociata de alvarás para construção além do índice permitido. 

E por aí vai. É no mínimo um legado dúbio e difícil de defender. 

Mas firme no seu secretariado, Eduardo Jorge tem trabalhado em silêncio - claro que ajudado pela falta de cobertura da prefeitura pela imprensa. Um dos resultados que considero mais importante é um programa de plantio de árvores na cidade inteira. São calçadas sendo quebradas e permeabilizadas com um canteiro coberto de grama e árvores. São Ipês, Patas de Vaca, Jacarandás entre outras. Tenho acompanhado o programa aqui na Zona Norte e na Barra Funda. No início foi assim: de repente havia um buraco retangular na calçada. Depois vieram as árvores e, agora, estão sendo gramados. São quilômteros de calçadas ao longo das travessas da Avenida Casa Verde, nas ruas a Barra Funda baixa que foram transformadas em canteiros. 

Se estas árvores sobreviverem a seca e o vandalismo, vejo elas sombreando o asfalto e segurando um pouco de água que escorreria morro abaixo para um Tietê já assoreado e mal mantido pelo governo estadual.  

Um outro programa interessante que foi lançado semestre passado, celebrado entre a secretaria do Verde e Meio Ambiente, o sindicato de bares e restaurantes da Zona Sul e empresas de compostagem foi o de coleta e processamento dos resíduos orgânicos de bares e restaurante. A motivação é o crescente custo de dispor deste resíduo, pois, acima de 200 litros diários, segundo uma lei de 2002, é necessário contratar coleta particular. O que mudou é que a prefeitura resolveu apertar o cerco e botar os fiscais nas ruas. A parceria prevê ainda, como remuneração para as empresas de compostagem, a venda de alimentos orgânicos produzidos com este resíduo coletado.

Firmado em julho, este acordo está em implementação. 

Estes são dois dos programas que mais gosto na gestão do Eduardo Jorge. Coisas simples, porém inovadoras. Desde Marta Suplicy, a cidade não tem um gestor com visão inovadora e coragem. Talvez Eduardo Jorge possa oferecer isso, mas aí terá que comandar uma aliança conservadora que tem nas suas fileiras pessoas como Guilherme Afif Domingos que só fala em reduzir impostos. 

Não estou declarando meu voto aqui, apenas mostrando que há pessoas interessadas pela cidade em si e não apenas no que ela pode dar. O meu voto, é claro, depende do arco de alianças e do projeto a ser apresentado.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


6 de setembro de 2011

Juntando os fatos e comentários que testemunhei e li nos últimos dias, chego a conclusão que foi dada a largada para a temporada de caça a Gilberto Kassab e seu novo partido PSD. E no fundo, isso é bom, pois as mazelas da cidade vão começar a aparecer e ser discutidas como nunca foi enquanto o prefeito era aliado do principal partido de oposição ao governo federal, o PSDB.


Nesta segunda, as manchetes dos jornais paulistanos estavam estampavam nas só informações nada alentadoras para Kassab. Enquanto um noticiava a tendência do PSD entrar no leque apoio dos nanicos PT em esfera federal, o outro jornal dava a liderança de Marta Suplicy do PT para a corrida eleitoral à prefeitura que acontecerá ano que vem. Além disso, uma surpresa, o Jornal da Tarde, do Grupo O Estado de S.Paulo, mancheteava a falta de assoreamento e limpeza dos córregos da capital.


Bom, pensei com meus botões, enfim vemos notícias sobre a iminente enchente que aproxima-se da capital com a época de chuvas, coisa a que venho alertando neste blog, mas referindo-me ao Tietê.


A notícia do JT informa que a prefeitura empenhou apenas 40% de um orçamento de combate às enchentes de R$119 milhões. Fotos de córregos importantes repletos de lixo com plantas dominando as margens - coisa difícil em época de chuva - ilustravam a matéria.

Não quero aqui entrar na discussão da falha administração pública da capital paulista, mesmo que seja importante. Quero olhar mais o aspecto político.

Há quase um mês presenciei palestra dos principais editorialistas de dois grandes jornais nacionais: O Globo e O Estado de S.Paulo. A fala deles era muito interessante, mas sobresaíram as posições políticas destas editorialistas, que representam as famílias controladoras: os Marinhos e Mesquitas.

Enquanto um falava que para eles o governo do PT não dá, não visão deles, o rumo certo para o país, o outro chamava o governo Dilma de uma aventura que está se configurando. Acho importante ser transparente nas opiniões como foram. Têm todo o direito, pois este é o papel deles: emitir opiniões. Neste caso, legitimamente, contra o governo do PT.

No entanto, ficou claro o tom oposicionista dos jornais. Em um relato, um deles explicou como a linha editorial influencia o corpo de jornalistas. Disse o editorialista que os repórteres conhecem o que editores querem, sabem a opinião dos donos e apuram para poder ter matérias com mais chance de serem percebidas ou terem destaque nas capas.

A empolgação de um repórter foi tanta, lembrou o jornalista, que enviou matéria sem apurar com forte acusação contra o falecido Orestes Quércia. O jornalista foi demitido e um pedido público de desculpas foi publicado.


Voltando ao caso, e juntando conjunturas, com a decisão de Kassab inclinar seu partido para o colo do governo, a benevolência das linhas editorias com administração do ex-democrata parece ter acabado. E voltaremos aos velhos tempos da época de Marta Suplicy, então prefeita (2001-05), em que a cidade era esmiuçada pelos jornais e conhecíamos bem mais a cidade do que conhecemos hoje. O resultado: ela não conseguiu ser reeleita.



Enfim, se o jornalismo for honesto, um jornalismo crítico local serve muito mais para a cidade do que jornalismo acrítico.


A administração de Kassab tem seus pontos altos e baixos, mas no final das contas, os baixos superam os baixos, que não transparecem. São corriqueiras as notícias de que o ritmo de investimentos foi lento para garantir caixa no último ano do seu mandato e fazer sue sucessor, que neste cenário de apoio ao governo federal, pode até ser um(a) petista. Estimava-se R$10 bilhões por causa de arrecadação recorde no início de 2011.


Enfim, espero que esta conjuntura política abra espaço para realmente discutir a cidade e não apenas deixar a administração comandar o noticiário favorável. Precisamos discutir muitas coisas e, antes das eleições, avaliar o que realmente foi feito de bom e ruim na cidade nos últimos anos.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

31 de agosto de 2011

É só chover um pouquinho em São Paulo que a cidade pára. Mais de 100km de congestionamento, como se uma fila de carros alinha-se até Campinas.

Mas isto já é corriqueiro no cidade. O que também é corriqueiro, são os alagamentos. O portal Terra mostra um rua submersa no Butantã. As imagens da TV mostram o Tietê com a água e as garrafas PET escalando perigosamente os ambancamentos de concreto. Todo paulistano se pergunta: É hoje que o rio transborda?

Esta chuva, um pouco fora de época, mostrou o quanto é frágil a relação da capital paulista com o regime de águas. Após semanas sem uma gota - normal nesta época do ano -, somos obrigados a pensar no futuro próximo quando voltarão as chuvas.

Tenho escrito aqui sobre como o governo Geraldo Alckmin retomou a manutenção da calha do Tietê, contratos de R$77 milhões com duas empresas assinado em junho. Levantei questionamento sobre o ritmo dos trabalhos, pois ilhotas têm surgido ao longo do rio resultado óbvio de sedimentação da área urbana e da seca que reduz o fluxo de água no canal.

Tenho visto todos os dias as barcas removendo a vegetação nos embancamentos do Tietê. Duas barcas, uma de cada lado, da Ponte Casa Verde, fazem o trabalho. Só duas nesta parte do rio, nenhum caminhão, nenhum barca carregando resíduos. Só duas escavadeiras lacônicamente raspando as margens do rio.

Ainda questiono sé é um ritmo adequado para se chegar no final de outubro com milhões de metros cúbicos removidos para garantir o aumento de água que este rio receberá com as chuvas.

Espero que sim. Veremos.


PS Além da manutenção do rio, há muito que se pode fazer. Algumas sugestões aqui.


---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
24 de agosto de 2011

Resolvi hoje abordar a cobertura da cidade de São Paulo pelos principais jornais, pois, além de não ter atualizado esta página desde o mês passado, fiquei estupefato com uma manchete do Jornal da Tarde, um dos dois principais jornais que cobrem minha cidade e acordei com um helicóptero de uma emissora de TV ou rádio estacionado acima de minha casa filmando o trânsito na marginal.

A manchete do JT diz que piratas oferecem filmes em catálogo para evitar fiscalização. Pasmem! Tá aí uma coisa que os ossos de todos os paulistanos já sabia. Basta andar nas calçadas da cidade e, principalmente, no centro do contrabando da informação e entretenimento digitalizado, a rua Santa Efigênia. Não vi a capa do Diário de SP, o outro jornal da cidade, pois a banca onde estava não o exibia.

Uma rápida passagem pelo sites destes jornais, nas abas de Cotidiano e São Paulo da Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo respectivamente me mostrou que São Paulo é quase uma cidade sem notícia.

Temas em destaque: assassinato duplo na Rua Oscar Freire (com foto de um modelo metálico envolvido); estacionamento a R$12; problemas na recarga do bilhete único e a Folha traz um interessante, mas velha, matéria sobre uma investigação na Rota de 2010; e a cobrança de explicação do prefeito de São Paulo e sua vice pelo alto reajuste de salário.

Há outras coisas bem localizadas como denúncia de esgoto a céu aberto etc.

Até que hoje os sites noticiosos estavam melhores de conteúdo que em outros dias, mas a maioria da cobertura de cidades em São Paulo em qualquer dia é trânsito e crime, nesta ordem de importância. Além de temas obscuros como listas de previdência, tabelas de Pis-Pasep etc., como foi a manchete do Agora SP do grupo Folha.

Bastou uma rápida busca nos sites oficiosos do estado (Assembleia Legislativa, Câmara Municipal e site do governo do estado) que 'descobri' matérias potenciais mais interessantes. Em primeiro lugar, o governador vai sancionar hoje uma lei que cria a primeira 'aglomeração urbana' em torno de Jundiaí; a exoneração dos envolvidos nas fraudes dos hospitais públicos em Sorocaba; também descobri que ontem a Câmara Municipal fez um seminário sobre reuso de água na cidade. Todos temos de importância para cidade.

Nos blogs, existe mais informação como uma recorrente cobrança de efetiva investigação na Sabesp seguindo ações da Polícia Federal (operação Castelo Areia) e investigação do Ministério Público Estadual de corrupção na estatal.

Poderia ter ido mais longe e aprofundado minha pesquisa, mas como acompanho com frustração (e irritação profunda na TV) o noticiário local, achei que bastaria para dar o exemplo e fazer meu comentário.

A cobertura de cidades é falha e preconceituosa. Fixa-se em temas sensacionalistas. Cria-se uma percepção de caos. Talvez seja uma interiorização de um sentimento de desolação com tudo que acontece, mas fica claro que não é só isso.

É uma falha na pauta, um distanciamento do jornalistas da cidade, tudo com uma dose de agenda setting a favor do governo do estado.

É bom registrar aqui que as denúncias sobre a Sabesp foram levantadas pelo JT, no entanto, como acontece com os escândalos que atingem o governo Alckmin

Além disso, como já escrevi várias vezes, há um preconceito dos jornalistas com a política, principalmente a local. Só se presta atenção nas jogos partidários e eleições. A Política, com P maiúsculo, não é coberta. Fica então, para a população, a sensação que política é algo sujo e leva a coisas absurdas como a declaração do deputado estadual do PP, assaltado, que se disse médico e não deputado para os ladrões por temer o preconceito contra políticos instigado pela mídia.

Finalmente, é preciso também lembrar que nossos jornais e empresas de mídia estão acostumados a escrever para uma população de classe A e B, que também compõe a maioria da população nas redações. Hoje, jornalistas e dirigentes das empresas jornalísticas discutem uma linguagem para atingir a ascendente classe C para os fazer gastar dinheiro em jornais.

Mas as soluções que vejo me parecem erradas. Eu sei bem que me coloco fora da curva, mas uma das coisas mais brilhantes que o Roberto Civita, dono da Abril, disse em palestras, foi que nunca se pergunta para o leitor o que ele quer ler.

Como jornalistas, recai sobre nós a decisão de triar, selecionar, contextualizar e oferecer a informação que mais tenha interesse público para o público em questão. São várias as forças que movem estas decisões, mas as duas principais são o interesse público e atingir o máximo de pessoas possível.

Geroge Monbiot, colunista do jornal britânico The Guardian, escreveu uma introdução (Tentativa de estar menos errado) para seu blog dizendo que uma das funções de um jornalista é dizer coisas que as pessoas não querem ouvir. Além disso, em um comentário pós-caso Murdoch, ele sugeriu que uma outra função é cobrar dos poderosos - sejam eles políticos, empresas, criminosos, personalidades e até os próprios patrões.

Monbiot sugere um Juramento Hipocrático para jornalistas. Bem interessante. Versa sobre todas as questões que nos batemos todos os dias: independência, liberdade, poder, ética etc.

A cobertura de cidades e, principalmente, da cidade de São Paulo, parece que vai contra este juramento. E, no final, reflete uma profunda crise no jeito de fazer jornalismo no Brasil.  

Se eu fosse editor, nunca sairia com uma manchete como a do JT de hoje. Se tivesse uma equipe, faria bem melhor, lembrando o principal preceito elencado por Monbiot: falar o que as pessoas não querem ouvir. Na cobertura de cidades, se faz o contrário: se fala o que as classes A e B querem ouvir.

 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
14 de julho de 2011
Hoje é dia da Bastilha na França, quando os 'Sans-culottes' derrubaram o símbolo-mor da opressão monarquista, deixando-nos memórias da velha prisão monolítica de pedra apenas nos quadros, desenhos e gravuras.

Uso isso como uma introdução e para marcar a data, pois continuando a saga do Rio Tietê, ontem recebi e-mail sugerindo fonte: Um especialista querendo comentar sobre os atrasos nas obras anti-enchentes.

Qualquer paulistano atento sabe - mas não quer aceitar - que nada está sendo feito mesmo. As obras que vemos nas ruas são para ampliar e alargar vias asfaltadas; a limpeza urbana não está sendo feita adequadamente; os rios Tietê e Pinheiros continuam abandonados e assoreados com novas ilhotas surgindo a cada dia; os jornais não dão notícias de contratação de empreiteiras para piscinões e outros projetos; os prédios continuam subindo, impermeabilizando o solo; a Câmara Municipal entra em recesso.

E por aí vai.

Esperemos as chuvas então. E esperemos nossos governantes anunciar os anos recordes de chuva quando formos alagados de novo e a Grande São Paulo parar.
Para confirmar, abaixo as mais recentes 'notícias' da DAEE demonstram que 'estudos' e 'parcerias' de médio e longo prazo foram sim assinados ah... o estado contratou sim um piscinão... em São João da Boa Vista:

Governador assina contrato com o BID para execução do programa Parque Várzeas do Tietê


DAEE e Consórcio do ABC estudam parceria

DAEE inicia cadastramento de erosões e pontos de inundação no Estado

São João da Boa Vista receberá piscinão para aplacar enchentes


---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
7 de julho de 2011
13/07/2011Escrevi recentemente da minha preocupação sobre a falta de dessaoreamento do Rio Tietê em preparação para a época de chuva.


Pois bem, ontem a noite, por volta de 20 horas, atravessando a ponto da Casa Verde - que liga a Zona Norte à região central da cidade - percebi pela primeira vez em meses atividade no rio.


Uma pequena barca estava no meio do rio.
Acredito eu, pois não pude ver em detalhe por causa da escuridão, que se tratava de uma barca de dessaoreamento com escavadeira e tudo.
A importância é que algo está começando a acontecer. Espero que ganhe escala.
Por enquanto, uam só barca no meio de rio é pouco para os milhões de metros cúbicos que têm que remover.
Mas fica aí o registro.


---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
27 de junho de 2011

Ontem, ao trafegar pela Marginal do Tietê em direção a Guarulhos, quase parei para tirar algumas fotos do nosso rio 'milagroso', pois vi que, lamentavelmente, haviam surgido ao longo dele embancamentos de areia. Ao mesmo tempo percebi que não havia nenhuma atividade de drenagem. 
Mais precisamente, vi os embancamentos na saída do Córrego Cabuçu de Cima e de uma saída de drenagem um pouco antes.
Depois dos desastres das enchentes o governo Geraldo Alckmin (PSDB) apressou-se para retomar as ações de deassoreamento do Rio de Tietê com um orçamento de R$108 milhões que, 20 meses retiraria do leito 2,7 milhões de metros cúbicos de sedimentos. Isto aconteceu no dia 26 de maio, uns 10 dias depois da homologação dos contratos entre a DAEE e as empresas DP Barros Pavimentação e Construção Ltda. e Tiisa - Triunfo Iesa Infraestrutura S.A.
O Prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD), vendo o caos de sucessivas enchentes no final de 2010 e e início de 2011, anunciou que a cidade elaboraria um novo plano de macrodrenagem para a cidade e a região metropolitana. A implementação do plano feito em 1998 foi iniciado somente em 2010.
A CPI das Enchentes da Câmara Municipal já tinha concluído em 2010 que não só foi feito muito pouco, principalmente na construção de novos piscinões previstos no plano, como também o governo municipal foi falho na manutenção dos existentes. 
Enquanto isso, ao voltar a chover em São Paulo este final de semana, até agora não tivemos qualquer informação ou notícia sobre a implementação destas medidas. A imprensa finge que não é com ela e o cidadão paulistano e da região metropolitana não vê nada sendo feito.
Confesso que não sou nenhum especialista, mas passo quase todos os dias pela ponte da Casa Verde e me interesso pelo assunto, portanto, ao não ver nada sendo feito no rio, é razoável concluir que algo está errado.
Para se chegar a 2,7 milhões de metros cúbicos em 20 meses, deveriam ser retirados cerca de 4.500 metros cúbicos por dia, ou seja, um movimentação de barcas e caminhões diariamente no rio e nas marginais. Além disso pergunto: será que em época de estiagem a remoção não seria mais eficaz já que os afluentes e o próprio Tietê estão com níveis baixos e já que não é necessário lutar contra os sedimentos que mais pesadamente são depositados no rio durante as chuvas? 
As chuvas recomeçarão com força em novembro
Fica aqui então um alerta que vem de embancamentos de areia, verdadeiras ilhas, no meio do nosso sofrido Tietê.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 26 de junho de 2011
Taí algumas 'portas', imagens do cotidiano paulistano:



Sarney Vampiro - protesto em banca de jornal - ZO, São Paulo





Santos Dumont - Homenagem em banca de jornal - ZN, São Paulo









Casas prontas pra virar galpão - ZO, São Paulo











Ronaldo - Homenagem a 'fenômeno' - ZO, São Paulo









Portão verde da Casa Verde - ZN, São Paulo






---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
15 de maio 2011


Agora vão dizer que o protesto de ‘gente diferenciada’ só reuniu pessoas de classe média. E o defensor-mor do libertarianismo e dos bons costumes contra o ‘politicamente correto’, Reinaldo Azevedo, juntar-se-á ao coro para dizer que os ‘pobres’ não estavam presentes e que a esquerda festiva é inconsequente e mais preconceituosa que a direita libertária. Vão criticar que dos 50 mil que apoiaram o churrasco de protesto na Internet, apenas mil compareceram e que foi um fracasso e blá, blá, blá, blá e blá, blá, blá.

O importante, no entanto, é que o tal do protesto não foi cancelado, como alardearam os principais veículos de comunicação. Que mil pessoas, de todas as classes sociais e a maioria jovem, saíram de suas casas num sábado para fazer um ato político, representando não só os 50 mil que, em 48 horas, clicaram no botão ‘Eu vou’ no Facebook, mas também centenas de milhares de paulistanos das periferias que se indignam todas as manhãs por ter que acordar e chegar em casa três horas antes e depois da jornada do trabalho por falta de políticas de transporte, urbanísticas, de educação e de trabalho que lhes atendam.

O importante é a capacidade de se indignar de parte da população contra uma desculpa técnica feita pelo Metrô após uma pressão preconceituosa de uma pequena minoria dentro da minoria desta capital. No fundo, foi um ato simbólico importante que agora será desconstruído pelos colunistas de direita, pelos Jabores e Azevedos, alardeando sofismos técnicos e negando o cerne da questão: as decisões não são técnicas e, portanto, carregam preconceito.

Mas o outro lado da moeda não aparece. Ninguém critica que dos 55 mil moradores no bairro de Higienópolis, apenas 3.500 assinaram um suposto abaixo assinado contra a localização da estação na Av. Angélica. Que o traçado da Linha 6 Laranja não foi discutido amplamente. Que a imprensa sistematicamente ignora o debate sobre a cidade, omitindo-se de fazer a cobertura de audiências públicas obrigatórias e dos debates políticos na Câmara dos Vereadores e Assembleia Legislativa. Cobertura esta, que poderia ter arregimentado muito mais pessoas a favor de um modelo inclusivo de desenvolvimento urbano.

No fundo, a notória associação dos moradores de Higienópolis tentou o golpe e falhou, pois hoje a informação flui e a formação de opinião não é mais monopólio dos Jabores, Barros e Silvas, Azevedos, Saads, Mesquitas, Frias e Marinhos. A opinião é de 50 mil pessoas atentas que pegam e interpretam os fatos de acordo com suas posições políticas, éticas e morais.

Esta batalha, por enquanto, foi ganha, pois o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tanto abraçou pobres na campanha eleitoral, agora tem que fazer valer sua imagem, apesar da direção contrária de muitos de seu partido e de seus aliados. Alckmin, de fato, reconheceu a força dos 50 mil e o erro de seus diretores na cúpula do Metrô em aceitar os argumentos da minoria da minoria que a Associação Defenda Higienópolis representa. Agora vamos ver se ganharemos a guerra contra o preconceito e o desenvolvimento urbano excludente que tanto marca a história e o dia-a-dia da cidade de São Paulo.
 

Em tempo, pelos relatos nos jornais, blogs e redes sociais, a PM foi educadíssima e respeitosa com os churrasqueiros-protestantes. Mas este parece não ter sido o tom em um protesto no dia 13 de maio de um grupo de negros na Praça Ramos de Azevedo, contra a violência policial racista no dia da Abolição da Escravatura.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
14 de maio de 2011

Depois de tudo dito e feito, falou nosso guia da sensibilidade de Pindamonhangaba Alckmin: haverá sim uma estação no bairro de Higienópolis. Isso indica que, ou a decisão do Metrô de considerar trocar a localização da tal estação para o Pacaembu não era técnica, ou Alckmin está fazendo populismo diante da reação negativa que arregimentou dezenas de milhares de protestantes virtuais em menos de 24 horas.

De todas as 15 estações previstas no traçado da Linha 6 Laranja, apenas a que se coloca num dos bairros mais consolidados e, portanto, rico é que gerou polêmica – diga-se de passagem que em apresentações do metrô, consta a estação no Pacaembu e não da Av. Angélica.
É claro que a polêmica se deu, como sempre acontece em São Paulo, pelo protesto de alguns moradores de Higienópolis que, assumindo a representação do todo, mandaram ver contra os estrangeiros do bairro num suposto abaixo assinado tosco e desajeitado que beirou o preconceito. (Digo suposto porque não vi o documento e realmente não quero acreditar que um grupo de pessoas usariam termos tão preconceituosos para expressar seus direitos)

Grave, no entanto, é a disposição de alguns de se fechar em castelos urbanos em nome de uma tranquilidade garantida pela distância, mas o que mais me incomoda é o sofismo sobre os 'meros 610 metros' entre a estação virtual de Higienópolis e a estação de facto Mackenzie-Higienópolis.

Não sou urbanista e muito menos engenheiro, sou um paulistano, de classe média, usuário de metrô e ônibus nesta cidade de solo acidentado e cortado por córregos enterrados por avenidas.

O debate supostamente técnico é se a estação não seria melhor no Pacaembu para, nos fins de semana acomodar os torcedores de futebol – que muitos querem que sejam apenas corintianos – e nos dias de semana acomodar os estudantes da FAAP. (Cabe lembrar que quando esta estação estiver pronta, estará pronto também o Lulão em Itaquera)

Ora, planejar para acomodar apenas estes públicos é de uma insensatez absurda. Argumentam os moradores de Higienópolis, inclusive o verborrágico protetor dos libertários e honrado defensor do bons costumes contra o 'politicamente correto', Reinaldo Azevedo, que o bairro é bem servido de estações metrô. Azevedo nomeou quatro estações: Clínicas, Santa Cecília, Marechal Deodoro e a futura estação Higienópolis-Mackenzie, todas localizadas na periferia do bairro em questão.

E querem, agora, mais uma estação também na periferia do bairro dizendo que as pessoas (exceto os estudantes da FAAP) podem caminhar 'alguns' metros para chegarem ao local onde seria localizada a estação, na esquina da Avenida Angélica com a Rua Sergipe, ponto estratégico perto de parques, consultórios, lojas e escritórios onde trabalham.

Ora, vamos traduzir 'alguns metros' em números:
610 metros da Higienópolis-Mackenzie até a Angélica x Sergipe – 10 minutos
1.500 metros da Marechal Deodoro – mais de 20 minutos de caminhada
1.200 metros da Santa Cecília – mais de 20 minutos de caminhada
2.200 metros da Clínicas – mais de 30 minutos de caminhada
1.200 metros da Pça. Charles Miller – mais de 20 minutos

Caminhar entre 10 e 30 minutos por dia faz bem e, segundo um comentário no Facebook sobre o assunto, em tempos de obesidade, faria um bem danado...

Mas, não é esta a questão. A localização da estação tem que ser estratégica. São Paulo é uma cidade cortada por córregos - que viraram avenidas –, seus vales e mal servida de transporte público. Fazer estes trajetos, de fato, não é grande esforço para quem anda apenas nos finais de semana, sem pressa, sem ter que bater ponto ou enfrentar um exame médico em sala lotada das operadoras de planos de saúde ou sem ter que voltar correndo para pegar filhos nas escolas e/ou cozinhar para maridos. (sim, são mulheres a maioria dos trabalhadores na Angélica e usuários dos ônibus na região)

Os milhares trabalhadores na Avenida Angélica, os milhares de idoso ou doentes que têm consulta marcada para exames ou nos consultórios médicos, vêm de longe. Já passaram mais uma hora em transporte público. Portanto, caminhar 10 a 30 minutos é um trajeto incômodo – para usar um eufemismo – pois, exceto a futura estação Higienópolis-Mackenzie, requereria subir ou descer ladeiras por calçadas destruídas e obstruídas. Ou requereria pagar cerca de R$1,40 a mais para pegar os ônibus lotados em horário de pico. Quem anda de transporte público sabe que descer neste o naquele ponto é uma decisão séria que afeta profundamente sua comodidade numa cidade projetada para carros e não pedestres.
 Do outro lado, talvez uma estação no Pacaembu seria mais barata - se o piscinão e o córrego enterrado do Pacaembu não atrapalharem - pelas desapropriações e pelos 20 a 30 metros verticais a menos e que, portanto, necessitariam de menos elevadores, escadas rolantes, iluminação, ventilação e funcionários para ligar o traçado da linha à superfície.

Mas transporte público não deve ser visto apenas como uma questão utilitarista de menor preço. É preciso levar em conta os variados aspectos sociais e culturais para os projetados 640 mil usuários diários da nova linha – entre eles os moradores do bairro que terão uma ligação de menos de 10 minutos com o Sesc Pompéia e o Shopping Bourbon se quiserem abandonar seus carros.

Argumentar que 610 metros entre estações é uma distância pequena é balela, pois não é valor absoluto. O que importa é a disposição de proximidade entre destinos reais dos usuários, o alívio de fluxo em estações próximas, fatores geológicos e de engenharia. Se olharmos as outras estações – da mesma linha e de outras – veremos que esta distância varia bastante. No caso da Linha 6 Laranja, a distância entra as futuras estações 13 de Maio e São Joaquim é de menos de 400 metros e entre as PUC-Cardoso de Almeida e FAAP-Pacaembu, 500 metros.

Tudo isso derruba os argumentos supostamente técnicos tanto do Metrô quanto dos abaixo-assinantes e revela que há sim um quê de preconceito no protesto contra a estação Higienópolis, principalmente nas supostas referências a roubos, influência negativa na 'cultura' do bairro e outras questões inomináveis.

Além disso, levanta grave suspeita – tese aceita pelo Ministério Público - de que os diretores do Metrô, ao acatar este argumento, foram influenciados por questões não técnicas e visaram atender a uma minoria de grande poder financeiro e político.

O Metrô, felizmente, disse que vai elaborar novos estudos. O governador, oportunamente, entendeu e importância de uma estação na Avenida Angélica

Adicionar novas estações – tardiamente – à rede de metrô paulistana no centro expandido sempre será um problema, pois, além de envolver desapropriações milionárias, sempre se baterá contra moradores de bairros já consolidados com uma população rica e conservadora e invariavelmente encontrará o argumento que em outro lugar seria melhor.

Ao meu ver, a melhor possível localização para uma estação de metrô é em algum lugar na Avenida Angélica, lindo marco paulistano com edifícios dos anos 50, mas sempre fraca em vitalidade de comércio e diversidade cultural. Lá faltam também teatros, museus, galerias, cinemas de rua e mais bares, cafés e restaurantes ao longo da avenida de calçadas largas e arvores frondosas. Em Londres, Paris, Nova York, Berlim ou outras grandes capitais já existiria pelo menos uma estação. Já existiria um comércio e pontos de lazer consolidados.

São Paulo precisa mudar. Para alguns, é uma mudança dolorosa por ser mudança por si só e por ser uma mudança inclusiva. Higienópolis é um bairro escondido, uma ilha – como muitas em Sampa – de bem estar, mas precisa mudar como mudaram os bairros do Brooklin e como mudam constantemente os bairros na preferia da cidade.

O moradores do Morro Grande, da Brasilândia ou da Freguesia do Ó não só têm o direito de escolher vir de ônibus mais confortáveis - aliviados pelo novo metrô – ou diretamente de metrô para chegar no trabalho mais descansados, mas têm também o direito de passear e usufruir de comércio e cultura num dos bairros mais bonitos e agradáveis da cidade, chegando e saindo de metrô nos finais de semana para um simples passeio.

Espero que os moradores de Higienópolis saibam dividir o que têm de bom com pessoas diferenciadas e diferentes deles nos costumes, no bolso e na cor de pele.


---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
25 de janeiro de 2011

São Paulo, fundada pelos jesuítas Manoel da Nóbrega e Joseph Anchieta, faz 457 anos. Declarações de amor à cidade pipocarão nos veículos de comunicação. Festas no centro, e no entanto, como na principal festa cristã, durante o resto do ano o que vemos é abandono, descaso e indiferença pelos próprios paulistanos (natos e adotados).

Hoje, não por acaso, a Folha de S.Paulo resolve publicar matéria sobre a Assembleia Legislativa que funciona aqui nesta capital. É quase poética pelo seu explendor descontextualizado, pois durante o resto do ano quase que ignora a existência dos legisladores estaduais.

Mas hoje foi diferente. alguém na redação resolveu dar uma olhada no parlamento paulista e saiu com mais uma ladainha anti-político que visa apenas criticar os políticos, vistos como funcionários de uma linha de montagem de leis, e não explicá-los para a população.

Minha pobre cidade...

Reproduzo o texto publicado na página web da Folha:

Deputados estaduais de SP só trabalham 2 meses em 7

O Legislativo paulista retoma seus trabalhos na semana que vem depois de ter vivido sete meses de baixa produtividade, período em que o foco dos deputados esteve voltado para as eleições. Na prática, a Assembleia Legislativa funcionou em apenas dois meses desde julho.
Neste período, em que estão incluídos cerca 70 dias de recesso, os deputados estaduais custaram aos paulistas R$ 78,7 milhões.
O levantamento feito pela Folha considera salários dos parlamentares e seus assessores, auxílio-moradia e verba de gabinete.
Do início do segundo semestre até 19 de outubro, a Casa não votou nenhum projeto. Nesse período, o Legislativo funcionou à base de sessões com discursos de raros parlamentares.
Até dezembro, a aprovação de projetos se deu por acordo, sem debate. As nove votações nominais em plenário foram concentradas entre 8 e 22 de dezembro. No segundo semestre de 2009, houve 29 votações, informa reportagem de Fernando Gallo para a Folha.
A reportagem está disponível para assinantes da Folha e do UOL.
Leia a reportagem completa na Folha, que já está nas bancas.
   



---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
22 de janeiro de 2011

Empinando pipas


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 

4 de janeiro de 2011

Alckmin contradiz Calabi e contigencia orçamento 

Deu na Folha (escondidinho no canto da primeira página na Internet): "Geraldo Alckmin bloqueia R$ 1,5 bilhão do Orçamento paulista"

R$1,2 bi de investimentos o resto em custeio.

Não tenho problema nenhum com isso, afinal, Tucanos são mestres em contigenciamento de orçamento por pura coerência, pois eles e os que votaram neles acreditam no estado mínimo.

O problema é que juro de pés juntos que ouvi ontem o Andrea Calabi (Sec. da Fazenda) dizer à BandNews que manterá o ritmo de investimentos em cerca de R$20 bi anuais e que as finanças estavam em perfeito estado.

Aí ouvi, na mesma reportagem da BandNews, o Alckmin falar umas abobrinhas sobre trabalhar com 645 prefeitos do estado sem olhar para 'cor do partido' - que é o mesmo que um técnico de futebol dizer que escalou o time para ganhar - e não disse nada sobre o que pretende para o estado de São Paulo em 2011.

Mas o ponto mais importante é que a cúpula política de São Paulo fala e faz o que quer (nomeando políticos como Edson Aparecido para cargos quando prometeu montar uma equipe técnica) e a imprensa paulista, no entanto, não está nem aí para as contradições, afinal, Alckmin é tucano e aliado.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
4 de janeiro de 2011

A reforma sanitarista de São Paulo do final do século XIX ou início do século XXI?

Tá aqui um livro interessante sobre nossa cidade: Os Cortiços de Santa Ifigênia.

Publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, explica como o sanitarismo e o positivismo do final do século XIX transformou parte da cidade. Foi um momento histórico, mas esquecido, quando a população inchava a olhos nus devido a imigração europeia. Só para se ter uma ideia, segundo dados do livro, em 1890, São Paulo tinha cerca de 70 mil habitantes. Em 1900, tinga mais de 220 mil!

O interessante, é que história parece se repetir no mesmo bairro com os projetos de 'limpeza social'  do governo Kassab que olha mais para o lado do especulador imobiliário.

Conhecida como Cracolândia, a solução é puramente urbanística. Não há, nem nunca foi tentada, alguma ação social efetiva para trabalhar com as populações de rua naquela região. É só passar por lá: de um lado a políica, do outro o trafêgo desenfreado.

Será interessante comparar estes dois momentos.

Bom, o link para o livro obra está aqui: Os Cortiços de Santa Ifigênia


Nenhum comentário:

Postar um comentário