quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Impeachment capítulo 5


Dias frios. Dias covardes

Impeachment capítulo 5:

Então é isso? O ladrão, corruptor, chantagista, mentiroso, manobrista das leis, sectário, misógeno Cunha tem razaõ? O rito que ele inventou está certo?
 

O ministro Fachin acaba de dar uma luz verde para as suas manobras - todas elas, já que o golpe, legitimado em seu processo, sem Cunha, avança. Fachin se acovardou em nome do que? Dizem uns em nome da 'harmoniosa separação entre os poderes', dizem outros por que a 'Constituição acolhe'. 

Mas, no fundo, Fachin não está falando à nação - que clama pelo fim desta farsa
chamada de impeachment 'previsto na Carta Magna de 1988' e pelo início da volta para a sanidade e a normalidade - está falando para os enfadonhos anais do STF, para ter em sua biografia a mísera descrição de 'isento', frio, jursita que não se move por emoções, para escapar da pecha de 'petista' vociferada pelos colunistas raivosos da mídia. Mas ele esqueceu que o que está em jogo é a própria democracia, o espírito do que está sendo feito no congresso por alguns criminosos é desmascaradamente contra o povo brasileiro, contra a estabilidade duramente conquistada. 

Fachin voltou atrás após sua liminar e não esteve à altura do que se esperava dele: enquanto a nação marcha para por fim à farça, Fachin se acovarda atrás do fosso do juridiquês, de um voto supostamente técnico, gelado. Mas tinha sido desmentido pelo procurador geral que, com a mesma tecnicidade de argumentação derrubou a tese do voto secreto e dos 'ritos' falsificados por Cunha e seus golpistas. 

As frias palavras do ministro Fachin se constrastaram com o calor das ruas, que, naquele mesmo momento, estavam sendo pintadas de vermelho por dezenas de milhares de pessoas de todas as cores e raças e credos. 

Há tempos que nos gabinetes resfriados do planalto não há um jurista de notório saber com coragem de dar um ponto final nesta farsa que dura um ano, pois não são eles, concursados e vitalícios, que estão perdendo empregos, que vão perder direitos e que terão que esquecer os seus sonhos. Somos nós, brasileiros, que teremos que enfrentar, se o golpe passar, anos de convulsão social, incertezas e o avanço avassaldor de ideias conservadoras anacrônicas de uma sociedade em castas. 

Como faz frio em Dezembro!

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