segunda-feira, 22 de junho de 2015

A caravana a favor da democracia - Vamos conversar Aécio?

Aécio Neves, candidato presidencial derrotado do PSDB, e outros senadores de oposição pegaram um avião da FAB para fazer uma visita a oposicionistas na Venezuela.

Não cabe aqui comentar o fracasso, mas, na grave situação política do Brasil, não dá para entender o que busca o ex-candidato.

Em momentos de crise, quando o desemprego ameaça crescer, quando o governo coloca em prática restrições fiscais que ameaçam tirar serviços sociais essencias ou reduzir o escopo da rede de bem estar social, quando o mercado se encontra em alvoroço com denúncias graves de corrupção em grupos gigantes que carregam parte do PIB nacional e quando a sociedade brasileira se encontra em um nível de beligerância social e política pouca vezes vista desde a fundação da república, Aécio prefere os holofotes fáceis da imprensa.

Aécio e os políticos oposicionistas apostam na benevolência da mídia para fazer o que bem entendem. Ou seja, vociferar e destruir o governo, para ameaçar, bater pé e fazer birra até com projetos baseados em teses com as quais históricamente concordam.

Neste momento de crise, o que os brasileiros precisam é de ver uma luz no final do túnel, mas, da boca de Aécio Neves, nada de propostas.

Se temos um governo fraco, temos uma oposição pueril.

Fica aqui a dica para o senador mineiro, presidente do principal partido de oposição: suma dos holofotes por alguns meses e faça uma caravana pelo Brasil mais profundo. Vá as mais obscuros rincões do país. Ouça a população para entender os seus  anseios e discuta conosco o que é preciso para construir uma nova visão de país.

E, sobretudo, ignore os bajuladores de plantão na região sul-sudeste e, principalmente na mídia.

Depois de se reunir, conhecer e ouvir a população, apresente, para um debate amplo, propostas que acendam uma luz no final do túnel.

A democracia necessita de discussão de teses para o país e a oposição falha (e falhou nos últimos pleitos) por não ter propostas, por não ter visão de país, por não saber como consolidar os avanços sociais recentes sem destruir a visão liberal antagônica à política do governo Dilma.

Em tempos de globalização e de redes sociais, a democracia precisa e pode ser aprofundada, mas Aécio fala em democracia apenas em teoria e prefere a ditadura do judiciário que estamos arriscando a promover. Reforma política? Aécio não sabe e nem tem opinião.

Aécio, principal líder da oposição, se agarrou à nave raivosa de gupelhos anti-democráticos e com eles levou seu partido para o abismo da radicalização e do atavismo político.

Aécio, o tempo todo, joga com a revolta contra a corrupção, usa o STF e o TCU como joguetes para seus delírios de poder, apóia CPIs no congresso que querem apenas jogar para a platéia e, dizem as más línguas, prefere tomar sol no Leblon ao invés de conversar com seus constituintes em Minas Gerais.

Não sabemos o que pensa o senador, alçado a principal líder da oposição pela imprensa com 35% das intenções de voto.

Aécio, vamos conversar? Vamos buscar uma luz no final do túnel?

Ou ele está esperando a contratação de marqueteiros para 2018 para lhe dizer o que ele deve pensar sobre o futuro do país.

A vida é feita de oportunidades - perdidas na sua maior parte ou abraçadas em poucas e singelas ocasiões. Aécio tem uma oportunidade incontesta à sua frente, mas prefere ignorá-la.

Pior para o Brasil e para a democracia mundial.

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