segunda-feira, 15 de junho de 2015

Fomos derrotados junto com os professores de SP

Derrotados. Esta foi mensagem principal da manchete do dia 13 de junho de 2015 da Folha de S.Paulo ao se referir ao fim da greve dos professores - a mais longa da história do sindicato paulista - após decisão de assembléia.

No entanto, pouco foi discutido sobre as consequências do fim da greve e da greve em si.

Não há, no estado de São Paulo, uma vontade de progredir por parte de sua imprensa, sua população e nem de seu governo.

A greve, com milhares comparecendo nas ruas dia sim dia não, com acampamento no coração da capital paulista, acabou na marra, por birra de um governador que tem como lema estacionar para permanecer [no poder].

Escondido por detrás de uma mídia complacente, com ares de imprensa nacional, mas bairrista mesmo assim, nós paulistas não sabemos o que acontece nas entranhas do governo paulista.

Não temos ideia de quais os programas ou falta de políticas que são implementadas ou omitidas por um governo que passa apenas a impressão de governar.

No fim, assistimos a uma greve relatada de um lado pela grande imprensa apenas como uma curiosidade a atrapalhar o trânsito, do outro, pelos blogs progressistas, como trincheira contra o capital.

No entanto, o modelo falido de educação - não somente pública - não é discutido. A população não sabe se apóia professores ou se apóia o governo que diz tudo estar bem.

A imprensa, omissa além do limite da responsabilidade, deixa cada um de nós criar uma narrativa sobre esta greve histórica apenas por percepções e preconceitos.

No final, ninguém discutiu, e ficamos a debater a 'Dilma no Jô' fingindo que não saberíamos que a presidenta iria dizer e como se fosse importante o entrevistador que caiu na mesmice há muitos anos de um programa copiado dos norte americanos.

Assim, os verdadeiros derrotados fomos nós, paulistas, que depois de 92 dias greve, não sabemos quem é o secretário de educação do estado de São Paulo, se a demanda por 75% de aumento é justa, se as escolas públicas podem melhorar ou se há vontade de progresso no final.

Não temos ideia de quem a Apeosp representa e quer.

Só podemos concluir, portanto, que o paulista não se interessa pela questão da educação - apesar de aparecer em todas as pesquisas de opinião como área problemática - e, pior, não se interessa em progredir.

Derrotados fomos todos nós, ao lado da imprensa, dos professores e, principalmente, do governador Geraldo Alckmin, que se esconde na complacência da arrogância jornalística.

PS A greve dos professores municipais no ano passado foi muito melhor coberta e solucionada.


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