quarta-feira, 24 de junho de 2015

Massacre

E se seu filho se tornar um bárbaro?
Não havia como escapar à conclusão: estes caras têm que morrer... do pior jeito possível.

Voltando ao início. De todos os assuntos do mundo, o professor amazonense, radicado em SP, resolveu comentar assassinatos e estupros no nordeste que devem ter sido recentemente noticiados nos programas policialescos.

Relatos pertubadores do pior que a humanidade já produziu. Dava para imaginar o gordão do Datena ou ouvir a voz nazal do Marcelo Rezende suplicando pela justiça bíblica.

Dava para sentir o escárnio pelos conceitos garantistas de nossa constituição.
E assim os relatos foram levando à conclusão que certos humanos não deveriam ter direitos. 

Só a oração e a reza para garantir a segurança de sua família, arrematou o professor.

De resto, nosso estado de direito, a ideia de recuperação de menores, o controle da fome persecutória do Estado, foi tudo jogado pela janela.

Não, não dá para ter outra conclusão diante de relatos de tamanha desumanidade. 

O que dizer? Comentar que hoje o Estado pode matar um criminoso, mas amanhã assassina um cidãado, que, mesmo inocente, foi condenado por um crime que não cometeu por erro de processo? Lembrar que justiça não é vingança, diante do medo e do sofrimento de familiares? Relatar, mais uma vez, o horror da mulher que foi linchada no Guarujá só porque ela 'lembrava' uma acusada de um crime hediondo pela Internet? Rever a dor dos familiares do brasileiro fuzilado pelas autoridades indonésias?

Não, o massacre era certo. A conclusão, lógica. A redenção, impossível.

Mas aí você se pergunta como, como pode que nos permitimos a julgar tudo pela exceção? 

O Brasil virou um lugar onde a exceção não mais comprova a regra. 

A exceção virou a regra, ajudado pela superficialidade e o sensacionalismo de uma TV irresponsável e sedenda por olhares estupefatos e não pensantes. 

O jornalismo não é mais instrumento para esclarecer, é ferramenta para condenar e punir. É desculpa.

E assim caminhamos a passos longos para a barbárie. 

E se fosse seu filho que tivesse se tornado em bárbaro vingativo, não pensante reagindo a descalabros históricos com o fígado?

Um comentário:

  1. A energia eólica mais subsidiada e cara do planeta está no RN. A fazenda da serveng-civilsan custou bilhões e foi construída em cima de um sítio arqueológico, sendo que o tutor das terras foi assassinado, um biólogo, e posteriormente as terras foram griladas pelo atual governador de lá, Farias. Meu trabalho ao que parece foi grilado tbm.

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